quinta-feira, outubro 30, 2014

O cão que queria ser gato...

Para um escritor não há emoção comparável à de ler a história paralela contada pelo ilustrador. A Simona Traina ( Simona Traina Illustrator ), que encontrei na internet e que, por delicioso e feliz acaso, se tem vindo a cruzar na minha vida com esta primeira parceria num novo livro "O cão que queria ser gato" (apadrinhada e enzimada pelo Miguel Borges, Carla Anjos e a sua nova Editora Sirius) leu, releu, bebeu o cão que queria ser gato até o tornar todo seu.

E o sentimento desta história, que não é história nenhuma, antes um poema de emoções escrito como se de uma história se tratasse, passou da minha alma para a dela e transformou-se num novo poema, desta vez feito de formas e cores. 

Agora somos as duas a dona do Gaspar e dos gatos, somos as duas o Gaspar e os gatos, somos ambas os desejos dele, as penas dele, o conforto dele. Eu não sei como estas coisas acontecem, mas a verdade é que para mim o ilustrador não é uma pessoa que chega e faz umas imagens que casam bem com as palavras do escritor. Ele é a segunda alma da história, ele é a segunda história entrançada na primeira, ele, neste caso ela, a Simona, é o/a feiticeira que consegue com a sua arte ampliar toda a dimensão da mensagem de um livro. 

E é por isso que o todo que o nosso livro trará, vai ser muito mais do que a soma destas duas partes - texto e ilustração. Poema e ilustração são agora apenas um, forçando o leitor a mais do que uma leitura, a mais do que uma só linha na sua própria emoção.
Simona, Miguel, Carla... as estrelas do céu alinharam-se e juntaram quem tinha de ser juntado. 


Quando vierem os leitores, o livro passará a ter uma família muito maior e ganhará tantas leituras quantas as almas que se apropriarem dele.

1 comentário:

Eduardo Martinho disse...

Texto poético e muito ternurento...
Aparentemente, habemus book!
Bjoka