quarta-feira, abril 30, 2008

Adeus...


Tinha missão difícil hoje.
Missão de amor, ao que parece...
E parece que me estão destinadas demasiadas missões de amor destas...

Adeus Maria.

Foram muitos e bons anos. Não te deixaria nunca sofrer mais do que a conta para me provares, como provaste, que eras uma sobrevivente. Recolhi esse exemplo de tenacidade, guardo-a nas boas memórias junto com todos os bichinhos de quem já tive de me despedir.
E por mais que me repita o ciclo da vida e essas coisas, sei que ainda passará um tempo até o pior se desvanecer e só sobrar o mais doce.
É assim sempre. O meu coração sabe. Mas depois esquece. E depois volta a recordar. A paz regressa.

E releio o poema que escrevi há muito pela mesma razão.
Sempre pela mesma razão.
Era o certo a fazer.
Hei-de saber que sim...


Despedida

Mãe...
Onde foi o passarinho
que vivia cá em casa?

Está no céu dos passarinhos
a mãe levou-o na asa.

Mãe...
Onde está o meu peixinho
que não mora mais comigo?

Foi para longe descansar
será sempre teu amigo.

Mãe...
Onde está aquela flor
que vivia no jardim?

Deu lugar a outra amiga
porque a vida é mesmo assim
uma roda grande, grande
que gira sem nunca parar
e o que vai deixa um espaço
que o que vem pode ocupar.

Então por que estou eu triste
com vontade de chorar?

Chora, chora, no meu colo
que logo o teu coração
vai aprender o adeus
para as boas-vindas dar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Teresa, como te entendo! Já vi partir a Sinhá (nome arranjado por falcatrua, pois todos os papelinhos postos, por mim, no chapéu, para escolher um, só tinham uma palavra: Sinhá!) Esteve connosco 14 anos e lembrava o romance do gato Malhado e da andorinha Sinhá. Depois, veio a Pirueta, igualzinha, mais 10 anos,e tão iguais éramos que quando os netos começaram a nascer me rebaptizaram com o nome dela. Sou a Avó Pirueta. Depois, nunca mais. Recordo a viagem, de Condeixa-a-Nova até ao Porto, eu e o Manuel em silêncio, com as lágrimas a escorrer e um nó tremendo na garganta. E como aquele silêncio gritava o miado dela, que não gostava de viajar!Hoje, quando lá vou, reencontro-as nas duas roseiras brancas plantadas por cima dos seus velhos corpos.E agradeço-lhes, mudamente, terem-se transformado em rosas. Não preciso de te dizer nada: já sabes tudo e aprendeste na melhor Escola: no colo da tua Mãe! Um beijo, talvez precises, hoje, da Carmo

Teresa Martinho Marques disse...

Preciso... agradeço... este ano já são dois... a minha gatinha recolhida na rua, grávida, de que cuidei (e mais dos seus 6 filhotes para quem encontrei amigos) partiu há pouco tempo. Há uns anos duas cadelinhas mãe e filha, as minhas primeiras. Agora tenho uma cadelinha, e dois gatos recolhidos adultos da rua. Quem não os tem, não entende. Quem os tem sabe bem do que falamos... Beijo grande. Obrigada pelo miminho