quarta-feira, outubro 31, 2007

Reforço da responsabilidade de... quem?

Ora bem: maior responsabilização da família com o estatuto do aluno, esclarece o ME.
E como?

Leia-se AQUI no TERREAR a resposta (extraída do próprio estatuto) e o comentário.


A lógica matemática aplicada ao descrito parece demontrar, então, por A+B, que...
... a Escola é a família (encarregada de educação) do aluno?
Não me parece um bom princípio.


(Numa reportagem da TV, que me impressionou, sobre o pouco tempo passado em Portugal pelos pais com as crianças e falta de "brincadeira" com estas, que tinha como personagem principal uma criança que ficava 14 horas no jardim de infância e à noite ia "sossegada" para o sofá ver televisão enquanto os pais tratavam, coitados, da vida, só passando pouco mais do que uma ou duas horas com o filhote... comprando prendas diariamente para compensar a solidão... tive a noção exacta do que, para muitas famílias (e não só, a avaliar pela legislação), se espera da escola. Afinal de contas, que país é este? O que estamos a fazer às nossas famílias, às nossas crianças e à nossa escola? Esperamos chegar onde?)

Das Palavras...

... e de uma imensa alegria!

Lembram-se desta entrada? Desculpem, mas não resisti...

Finalmente viu a luz a segunda edição do livrinho "Das Palavras", que foi indicado como sugestão no Plano Nacional de Leitura. E havia um segredo em preparação que agora pode ser revelado. A editora mudou... e a minha querida amiga Fátima Pais, responsável pela capa e ilustração da primeira edição, deu-me carta branca (só os verdadeiros amigos nos abraçam desta forma altruísta) para, uma vez que havia mudança de editor, ser outro o ilustrador.

Conseguem adivinhar em que editora mora agora o livrinho? Quem editou? Quem ilustrou a capa?
Não é um desafio difícil para quem tem acompanhado a teia de perto...

Sim.
Eterogémeas:
www.eterogemeas.com (onde podem ser pedidos quaisquer livros desta editora... se é publicidade? Claro que é... Podem encontrar lá pedras preciosas e autores premiados...)

Sim.
Gémeo Luís, Luís Mendonça:
www.gemeoluis.com
Que para além de ilustrar a capa, como editor foi o responsável pelo design do livro (que está lindo... o que é que se há-de fazer? Hoje não consigo esconder a alegria...)

E pronto!
Partilhei!
Deixo-vos a ficha do livro e fotos que o Luís me enviou. (E estou aqui com um sorriso tonto... Os meus filhotes são de papel!)


Das Palavras
Teresa Martinho Marques
Editora Eterogémeas, Porto, 2007
Colecção Desafios





terça-feira, outubro 30, 2007

Do umbigo para fora...

Mas Há Outra Hipótese?

Relatório Nacional Sobre as Provas de Aferição - Época de 2006/07

Dois fios que vos levam à Educação do (meu) umbigo dele (que é o umbigo de todos nós). Depois podem ficar por lá a acordar...

Fichas de avaliação, para que vos quero?

Ficha velhinha esta.

À medida que os anos avançam, há fichas que se acrescentam, fichas que se deitam fora... mas outras... outras permanecem connosco, cheias de cola, de cabeçalhos modificados, uma ou outra palavra feita à mão. Nem apetece refazer no PC... coisa assim do coração, já meio amarelada, que se guarda como rosa seca de primeiro namorado. Não há como substituir.
São fichas que conquistam o seu espaço pela utilidade de algumas das suas propostas, pelo equilíbrio geral das questões, pelo trabalho estruturante que permitem. E, sobretudo, nos acordam para nunca exigir menos ao longo dos anos, mesmo que a tentação surja. Só acrescento fichas ao reportório que exijam mais deles...
Esta é uma delas e este exercício em particular aquele que mais me tem surpreendido e ensinado. Aquele que mais ajuda os alunos do 5º a iniciar-se na resolução de problemas sem se aperceberem. A recear, a descontrair, a aumentar depois a auto-estima pela conquista..

A pressão a que sujeitei esta turminha resultou. A invocação de sólidos invisíveis também. Abstracção bem trabalhada (nos 19 testes apenas dois erros mínimos em contagem de elementos dos sólidos. Sucesso pleno.) As avaliações nos procedimentos foram óptimas e mais de metade acertou a resolução deste problema 7 (nesta ficha deixo que o resolvam com recurso à modelação... constroem uma planificação do cubo durante o teste e colocam as pintas em função do manuseamento do dito, procurando testar cada uma das posições.)

Hoje na aula de correcção lembrei-me de algo que nunca havia feito e a reacção foi excelente. Ai estas fichinhas antigas! Sempre a aprender novas potencialidades que elas escondem.
Uma vez que as avaliações foram óptimas, a correcção limitou-se aos poucos erros de cada um (correcção mais autónoma e individualizada... eu ia percorrendo a sala ajudando) e desafiei quem não havia conseguido encontrar resposta ao 7 a tentar de novo (sem ajuda). À medida que iam conseguindo, eu agarrava no teste e escrevia uma informação para os pais: O M. na aula conseguiu resolver sozinho e sem ajuda o problema 7. Assinei as informações que no fundo foram uma extensão da avaliação já feita (a "nota"... neste caso duas, pois dou nota ao desempenho nos procedimentos e nota ao desempenho na resolução de problemas).
A alegria dos alunos em poder levar na ficha a confirmação aos pais de que o erro não havia sido desleixo e que se haviam empenhado em corrigi-lo autonomamente, esclarecendo as dúvidas, deu-me a certeza de que será uma estratégia que passarei a repetir com esta e outras fichas em situações que se justifiquem.

Costumo dizer-lhes que para mim as fichas de avaliação só têm interesse se forem ferramentas que promovam o seu crescimento e a sua aprendizagem. Que os ajudem a compreender melhor a razão dos erros cometidos. Que me ajudem a perceber o que precisam de mim. E é verdade.

Não quero as fichas para mais do que isso. E já é tanto...




No final da aula, a confirmação de algo que vem acontecendo com o nosso menino especial (autista... fomos informados de que o diagnóstico asperger não será o mais correcto no seu caso, que parece ter todas as características de um autismo com grande grau de profundidade e trabalhado tardiamente, mas muito bem!). A professora do apoio (que esteve presente nesta aula - está uma vez por semana) confirmou que o M. faz o seu próprio sumário quando percebe que a sua tarefa foi diferente da dos colegas e não o copia do quadro. Já o havia feito noutras ocasiões, hoje confirmámos esse crescimento espantoso, essa conquista maravilhosa que se seguiu à da autonomia na consulta do horário (Mãe! Professora digo eu. Professora! Agora é Matemática?). Na aula esteve a fazer a ficha de avaliação acompanhado pela professora do apoio. No sumário escreveu: Fiz uma ficha de matemática e o bilhete de identidade dos sólidos (tarefa que a professora foi fazendo em paralelo com ele). No quadro podia ler-se: entrega e correcção da ficha de avaliação).

Dá trabalho, pois. Mas dá também muita alegria.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Profunda indignação

No meio da vergonha, da raiva, por partilhar o género humano com certas pessoas (este é mais um exemplo), continuo sem perceber como foi possível ninguém ter retirado o animal da exposição. Um gesto aparentemente tão simples. Que seres humanos conseguem assistir impávidos a tanta crueldade?
Quero crer que nunca teria sido possível avançar com tal afronta e indignidade em Portugal. Sei que nem todos partilham esta minha comunhão com os animais, sobretudo os mais desprotegidos (já conto três em casa), mas não olhem para o lado, por favor. Dói muito. Dói-me muito ver as imagens. Como me dói ver muitas outras. Sim, não podemos salvar o mundo todo. Mas evitar a dor não é solução. Fingir que este mundo é cor-de-rosa também não é resposta.

Partilho. E já assinei a petição.
http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html


Cão morre de fome em exposição

Artista da Costa Rica alvo de contestação mundial Um artista da Costa Rica pôs um cão vadio em exposição na Nicarágua e deixou-o morrer à fome e à sede. Disse que estava a pôr à prova a hipocrisia das pessoas, mas está a ser alvo de forte contestação.

Luís Costa RibasJornalista

O que é a multimédia?

O que é a multimédia

Aprender com quem sabe. (Nexus do JL)

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Uma rosa para vocês

Chama-se Gertrude Jekyll (descubram quem foi) esta rosa David Austin (que, entre várias outras que aqui tenho, veio de Inglaterra para o meu jardim).
Está a florir rosa atrás de rosa desde há algumas semanas. Linda, com um perfume que nos prende e enfeitiça.


Venho oferecê-la a todos vocês com um pedido de desculpas por andar mais desaparecida em combate, falar menos nos vossos cantos, visitar mais esporadicamente as dezenas de amigos a que estes fios de teia vão ter.
Não posso permitir-me a dispersão habitual em mim. Não é fácil gerir tudo com o tanto que vai ser preciso fazer para a tese, a partir de agora. Terei de chegar a Janeiro com o plano pronto, colocá-lo quanto antes em acção (posto que se trata de uma intervenção directa em turma), um capítulo da tese feito (não esquecer que estou a frequentar uma cadeira onde sou aprovada ou reprovada e esse é um dos objectivos do seminário 1) e tudo isto a tentar aprender sozinha o muito que não sei para o conseguir fazer. Ao mesmo tempo um horário mau, com imensas disciplinas para gerir, dificulta a concentração por períodos longos o que para mim seria absolutamente necessário e indispensável. Enfim.
Sei que não escolho caminhos fáceis (uma tese mais no plano teórico, mais controlável, menos no arame sem rede, seria talvez a atitude sensata). Mas eu sou soldado. A acção é o que me move. Tão pouco aventureira na vida em geral mas tão radical nas experiências educativas a que me proponho. Contradições.

Assim... deixarei aqui sempre as sementes de mim (é a minha forma de estar convosco e de vos dizer olá) e visitarei tanto quanto puder, sem deixar palavras espalhadas, os queridos amigos que fazem da teia o que ela é. Participo em duas plataformas da Universidade, devia participar mais na dos portáteis da escola, tenho o blogue do mestrado, o da minha turminha, brevemente uma plataforma da turma onde vai decorrer a acção e não tenho mãos a medir com todo o trabalho que tenho entre elas (mãos)... vocês compreenderão.
(E o tempo não se alarga ou anda mais devagar só porque eu o deseje...)

A Gertrude tinha os seus jardins... Eu tenho os meus.





http://www.davidaustinroses.com/english/Showrose.asp?Showr=856&Theme=

The most outstanding characteristic of this lovely rose is its beautiful and perfectly-balanced Old Rose scent. This is often described as being the quintessential old rose fragrance.

Métodos de Investigação em Educação

Métodos de Investigação - O que aprendemos “em comunidade”?


Metodologias de Investigação em Educação - (mais) recursos


Recursos e pensamentos que teci no fim-de-semana aqui mesmo ao lado, no muito mais…


Repito aqui apenas a referência a esta leitura:

Research Methods in Education (6th Edition)


livmetodos.jpg

domingo, outubro 28, 2007

Fim de tarde...

... entre papéis, papéis, romãs, pardais, papéis, romãs... ai as romãs... tão doces!
(A minha romãzeira velha, prenda da chegada aos 40 tem-me devolvido cada mimo com jóias preciosas...)








Pensa em mim...

Começar a manhã bem cedinho a beber uma infusão de gengibre fresco com mel canela e limão e a assistir a um breve documentário (no Biography Channel) sobre a realização do filme "O fantasma da ópera" dá vontade de rever... de ouvir... de inundar a casa com música.

Pronta para o trabalho.


Borboletas nos Museus da Politécnica

Divulgo aqui informação proveniente do TAGIS:

(Consultar programação detalhada AQUI)

Venha participar nas muitas actividades que o Tagis está a desenvolver nos Museus da Politécnica. Para as crianças em particular há o Captar a Natureza - onde se aprende como fotografar borboletas, plantas, lagartas e insectos. Mas também há jogos para famílias e outras actividades que poderão tornar os seus dias mais divertidos.


Datas: Sábados 3, 10 e 17 de Novembro
Horário: 10h30 às 16h
Idade: 6 aos 14 anos
Material necessário: Máquina fotográfica (de qualquer formato ou marca) e almoço
Preço por participante: 60 EUR
Local:Museu Nacional de História Natural / Rua da Escola Politécnica, 581250-102 Lisboa

Contactos:Fernanda Ribeiro
Museus da Politécnica
Rua da Escola Politécnica, 581250 - 02 Lisboa
Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal
Rua da Escola Politécnica, 581250-102 LisboaTelf./Fax: 213965388


sábado, outubro 27, 2007

Zoom... 15x (aproximar o longe)


Pensava que eram pardais...
Estava testar (à pressa, sem cuidados) o zoom de uma máquina adquirida para fotos in the wild e viagens a locais exóticos do cara-metade... disparei (através do vidro da janela da cozinha, apontando para a extremidade do jardim) e recolhi a surpresa.
Verdilhões? Não é hábito.
Entusiasmo! A distância significativa e o vidro da janela de permeio não impediram uma captação muito aceitável. 15x (zoom óptico) já permite explorar mais profundamente o mundo...


Agora é que finalmente vou fotografar os melros de longe, sem os assustar, a tomar longos banhos nos bebedouros de pedra. Um espectáculo lindo. E mais outras coisas que se escapam ao nosso olhar.
Se tudo correr bem, também registarei em filme mas mesmo...filme filme... (não os mini-filmes que faço com a máquina fotográfica).
Ao fim destes anos todos, finalmente a pequena câmara de filmar tão sonhada.
Escolhi sem fita, sem nada. Directo para o PC.
Quando houver tempo, testarei. Vai devagar.
Já experimentei fotografar o bebedouro mais concorrido... escondida dentro de casa. O resultado foi este:


Meninos, acabou-se a privacidade!

Grandes Autores para Pequenos Leitores

Recebi e partilho.

Vale a pena!



sexta-feira, outubro 26, 2007

"In the House of Angels"

Culturgest. Estive aqui ontem.
In the House of Angels. Comovi-me.
Confrontei-me com o meu, nosso futuro.
Não tenho respostas. Quem tem?
Medo, sim. Todos temos.

Desde os 20 e poucos anos sócia da Associação de Solidariedade Social dos Professores. (Se forem a http://www.assp.org/ percebem porquê). Preparo o futuro. Não quero depender de ninguém. E gostaria de, se for preciso, estar junto de quem partilhou comigo um caminho. Este nosso caminho de ajudar a formar outros.
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angels

Sabor e Saber... abrir janelas

Ontem tirei um bocadinho(ão) do tempo dos mil afazeres para arejar o meu Sabor e Saber.

Devia isso aos meus meninos de 5º que, segundo me disseram os pais em reunião desta semana, andam por lá a passear e cantam cantam cantam as canções que ensino na escola e as outras de que ainda não lhes falei mas já descobriram por lá.

Esta semana vários deles se queixaram que algumas canções não funcionavam (o Castpost revelou-se um má aposta e andava há tempos a prometer-me corrigir os erros usando o www.imeem.com ). Finalmente consegui. E agora talvez os veja a descobrir o Sol (esta canção foi já cantada pelo coro Infantil de Torres Vedras, o que me encheu de alegria) e os ouça cantá-lo na escola como estão a fazer com a Hora da Grande Lição (o caminho dos intervalos até à sala de professores é sempre animado com os pardais de volta de mim...).
Aproveitei e acrescentei uma canção nova - Mistérios (e alguns materiais antigos na secção Natureza)... rio-me quando ouço estas coisas tão artesanais... mas é preciso ir em frente. A perfeição (que às vezes persigo exageradamente) cede lugar à partilha do que se tem, ainda que o som não seja lá muito profissional (como podia? Eu cá sou uma simples professora com a mania de experimentar muitas coisas... :0)

quinta-feira, outubro 25, 2007

Ferramenta de mim

É este (o) nosso poder.
Ferramenta de nós.


www.vladstudio.com (photoshoping)

sabor de palavra

Rótulos alimentares: a casa vem à escola e a escola vai a casa


Sessão prometida desde o início do ano.
Pedi logo no arranque das aulas de Ciências de 6º para coleccionarem rótulos alimentares de alimentos que se consomem habitualmente nas suas casas.
Esta semana foi tempo de análise crítica.
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Formaram os grupos de trabalho habituais e dedicaram-se à identificação de aditivos, da composição nutricional, de outros aspectos importantes mencionados neste suporte informativo, em busca de desequilíbrios ou de substâncias menos adequadas (algumas até perigosas). Munidos das tabelas da DECO (que havia deixado no seu blogue e aqui na Teia) foram muitas as surpresas. Leites com sabor a chocolate contendo aditivos desaconselhados, produtos carregados de corantes e aditivos duvidosos, bolachas com "os mesmos" problemas... bebidas azuis e com outros tons que não fazem o mínimo sentido na dieta alimentar...
Imensos alimentos que consomem habitualmente não são os mais adequados... e pelas suas bocas as surpresas iam sendo partilhadas com os colegas (em cada grupo seleccionaram os rótulos que mais lhes chamaram a atenção e todos os alunos da turma, um a um, tiveram ocasião de falar criticamente sobre alguns dos alimentos que habitualmente consomem.)
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Ontem, depois de apresentado o último alimento, lá tive de fazer uma das minhas perguntitas: então meninos, o que aprenderam com este trabalho? As respostas foram variadas e percebi que expressavam preocupação com a surpresa de terem percebido a quantidade de aditivos desnecessários e até perigosos que consomem regularmente.
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Está bem, está bem... já vi que perceberam... mas o que me preocupa não é bem isso, o que eu quero saber é o que tencionam fazer com a informação que recolheram.
A esta pergunta seguiram-se os muitos dedos no ar e o desfiar de histórias de como na véspera tinham ido contar aos pais as descobertas e qual havia sido a sua reacção: oh professora eu disse ao meu pai que as bolachas belgas que nós comíamos todos os dias tinham uns aditivos duvidosos e ele disse que então nunca mais íamos comprar nem comer essas bolachas. Oh professora eu disse do leite de chocolate e agora só vou trazer leite simples. Oh professora eu disse que a gelatina afinal não fazia lá muito bem com aqueles corantes e agora vai ser só nas festas. Oh professora eu falei dos refrigerantes que vimos aqui como a Coca-cola e a Fanta e vamos tentar beber menos ou só nos aniversários. Oh professora, eu disse à minha mãe que aquelas bebidas das fibras tinham aditivos que não eram bons e ela disse que não fazia mal que ia continuar a beber.
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Falei-lhes então do direito à escolha. Das decisões de consumo. Que o importante era tomar decisões informadas. Que se um ou outro pai decidisse continuar a consumir um alimento menos adequado, tinha direito a fazê-lo, mas que eu esperava que eles, que tinham acesso a outro tipo de informação, cada vez mais adequassem as escolhas no sentido de proteger a saúde, pois estavam bem mais expostos do que os adultos que só mais recentemente começaram a entrar em contacto com todos estes aditivos.
Também expliquei que não há necessidade de fundamentalismos. Que há que distinguir entre o que se faz todos os dias e as excepções de momento.
Terminei falando do livro da DECO (Veneno no seu prato?) que inclui uma listagem e descrição exaustiva de todos os aditivos indicando os que devem ser evitados e os inofensivos (a vitamina C é um aditivo... aquela conversa "ai isto tem tantos E" não faz sentido... há Es aceitáveis e que são substâncias naturais... também explico isto aos alunos). Enfim. Penso que a mensagem mais importante terá passado.
(E quando me perguntam: O quê? Ainda andas às voltas com a unidade da alimentação? Só penso: perdoai-lhes Senhor que não sabem o que é importante.)

Ah! Continua o desfiar de histórias de como o atum conservado em água se insinua pelas casas de alguns "azeitonenses". Muitos miúdos e com eles as famílias, já se tornaram fãs... Só me ocorre que por muito que tentem desvalorizar a profissão docente, quando esta coisa é feita com amor na ponta dos dedos, o poder de agir para melhorar um bocadinho do mundo pode ser grande. E poder ter um papel activo na melhoria dos hábitos de vida de algumas famílias é algo que me enche de alegria. Não será vencer a guerra, mas já é importante ganhar algumas pequenas batalhas...
A coroa de glória do dia de ontem foi a maçã que caíu da mochila aberta da P e rolou pela sala... deixando exposta uma garrafa de água em vez do ice-tea habitual. Se conhecessem a P, percebiam a importância deste aparentemente simples acontecimento.

quarta-feira, outubro 24, 2007

De repente... quase lar

Mais uma viagem, mais um encontro.
A rede estreita-se. Tecem-se as entrelinhas.
Já era casa, é quase lar.
E nem sei se é esta coisa boa de partilhar ideias, ouvir a frescura das vozes mais jovens com sonhos, as vozes menos jovens ainda com sonhos (temos em comum essa coisa de sonhar, de querer um mais além), se é o café partilhado, a cumplicidade que se vai desenhando de palavra em palavra, quem somos a surgir no intervalo do fazer, quem ambicionamos ser ou o que desejamos descobrir... Não sei. Mas também não pergunto, nem quero respostas (essa investigação deixo-a para quem a queira fazer). Saboreio apenas estas quartas-feiras tarde e noite estudando, aprendendo, cruzando fios... sem mais metafísica do que o célebre chocolate de Pessoa.
A Universidade. Janela, sim.
Que me leva para fora da escola e me traz de regresso a ela com olhares frescos mais profundos.
Sim. Que longe dela nunca estou e levo-a comigo para todo o lado.
Soldado, sempre.
Missão nunca esquecida.
Há coisas que não mudam.

Mãos à obra. Já trago muito hoje para continuar a pensar...

(E pensar faz bem à alma.)

Scribd , Esnips e... outros recursos...


(Recebi ontem esta mensagem, reenviada por uma amiga... óptimos recursos!)

Deixem a "Pen Drive" em casa!
por
João Carlos Antunes - Segunda, 22 Outubro 2007, 19:38

Já uso o Scribd há um bom par de meses. É bastante interessante e tem ainda algumas outras virtualidades que não são de desprezar, como a de qualquer documento que lá coloquemos podermos obter um ficheiro MP3 de leitura oral do texto, esteja ele no word ou no powerpoint. Interessante para professores de inglês (a única língua disponível). Mas como a Net não deixa de nos surpreender, existe um outro serviço ainda melhor. É o esnips que nos dá 5 gigas de espaço para guardarmos os ficheiros (podemos transferir o conteúdo de uma pasta de uma só vez) organizados em pastas que podem ser públicas ou privadas. Tanto podem ser ficheiros como páginas web... A título de exemplo, vejam uma pasta minha, pública, sobre recursos educativos:
http://www.esnips.com/web/Recursoseducativos

terça-feira, outubro 23, 2007

Porquê TêPêCê? (Ou: uma questão de confiança.)

Chegou finalmente a altura.

A turminha de 5º está pronta para as conversinhas metodológicas (talvez tenha sido a turma que mais rapidamente consegui preparar para o efeito... ou talvez a idade me tenha apurado a técnica... ou talvez seja apenas uma turma muito doce... vá-se lá saber!)
Verdade, verdade é que depois de mais uma sessão de invocação de sólidos invisíveis (desta vez a seu pedido: oh professora, eles devem estar lá em cima, no céu dos sólidos, tão sozinhos... pronto está bem, vamos lá a isso... e de terem aprendido como invocá-los sem a minha ajuda professora professora, tenho um na mão!!! Consegui que ele saísse lá do céu! ), depois de os ver tão amadurecidamente e rapidamente a contar sem contar os elementos dos sólidos, argumentando, de sólido invisível na mão, com uma seriedade e um empenho pouco comuns... se é um prisma hexagonal, professora, tem seis arestas em cada base e seis a toda a volta, por isso são 18... percebi que estão prontos a passar à etapa que se segue.

Vai passar TPC?
Hummmm... já sabem que os meus TPC são sempre especiais...
E a propósito, vocês sabem por que razão os professores vos mandam TPCs para casa? E por que razão os pais também inventam trabalhos para vocês estudarem e vos mandam trabalhar?

Dedinhos no ar.

É para os meninos aprenderem mais e irem para casa lembrar as coisas que fizeram nas aulas e estudar.
Outros confirmam a teoria.
Rio-me.
Não, não é essa a razão.
Não?
Não.
Os professores mandam fazer TPCs para casa porque... não confiam em vocês.
Achamos que se não vos mandarmos fazer qualquer coisa, vocês não fazem nada.
Olhos espantados e alguns sorrisos.
E porquê professora?
Porque quando nós éramos pequeninos os nossos pais e os nossos professores já nos faziam isso. Sempre se achou que menino que é menino não quer trabalhar e só trabalha se for obrigado. Só que eu não acredito e acho que se pode confiar em vocês... Por isso às vezes sugiro certas coisas que não são obrigatórias e vocês até têm feito. Verdade?
Sim.
Então hoje, como têm um teste na sexta, o TPC é à vossa escolha: seleccionam 1 ou dois problemas do caderno de actividades (podem ser mais - usem o caderno de actividades à vontade) de acordo com as dificuldades que sentem (não faz sentido estar a mandar um TPC igual para todos, pois uns sabem melhor umas coisas e outros outras, verdade? Acenam com a cabeça atentos). E depois trazem as dúvidas que sentiram.

A vida tem-me provado que este é o caminho certo.

Aprendi com John Holt a limpar da cabeça muito pó antigo que se vai acumulando sem pensarmos sequer nas razões e nas fontes dele. Os meus alunos reconhecem a verdade nos meus olhos e nas minhas palavras. Confio neles. Respeito-os. Não estou a brincar com eles nem a fazer jogos de palavras. Trato-os como gente. Até prova em contrário eles pensam sobre as coisas. Reconhecem a justiça ou necessidade delas. Só é preciso deixar de os tratar como seres incapazes e indefesos. Exigir com carinho, mas exigir. Exigir explicando.
Sempre que amoleço ou me começo a enredar, regresso ao meu livro mais especial: "Dificuldades em aprender" (Ed. Presença). Um livro que devia estar à cabeceira de todos os pais e professores. O meu está neste estado, como todos os livros que são companheiros de qualquer hora e a toda a hora.





"Este conceito de que as crianças não aprendem sem recompensas ou castigos externos ou, segundo o palavreado depreciativo dos behavioristas, sem «reforços positivos e negativos», acaba por se transformar numa realidade. Se tratarmos as crianças durante tempo suficiente como se isso fosse verdade, elas acabarão por acreditar na sua veracidade. Assim, muitas pessoas já me disseram: «Se não obrigássemos as crianças a fazerem certas coisas, elas não fariam nada.» E ainda dizem coisas piores: «Se eu não tivesse sido obrigado a fazer certas coisas, não teria feito nada.»
É a doutrina do escravo.
Quando as pessoas dizem estas coisas terríveis sobre si próprias, eu digo:«Pode acreditar nisso, mas eu não acredito. Quando era pequeno certamente não pensava dessa forma. Quem o ensinou a pensar assim?» Em grande parte, foi a escola. Será que as escolas transmitem essa mensagem por acaso, ou de propósito? Não sei e não acho que se saiba. Transmitem-na, porque, ao acreditarem nela, não conseguem deixar de agir como se isso fosse verdade."

JH- Dificuldades em aprender, p.102

segunda-feira, outubro 22, 2007

Ausência... quase já

A mulher deitada, a mulher que se perdeu,
durante o sonho, e não sabe que o caminho
estava indicado nos seus olhos, procura o vazio
com a mão segura entre lençol e cobertor,
como se nesse intervalo houvesse ainda
uma saída para o desejo. No sono em que
a maré da noite se desfez num impulso
de névoa, os seus lábios murmuraram
o nome que não tem corpo; e em vão
esperaram o beijo que os iria selar,
os dedos que se afundariam no oceano
dos cabelos, a respiração que
lhe daria o ritmo da manhã. Por isso,
a mulher que acorda pede à noite que não
a deixe sozinha, como se o abraço antigo
se pudesse prolongar, ou o sol
não trouxesse o dia para junto dela.

Nuno Júdice


domingo, outubro 21, 2007

O tempo a correr...

Nem sei como estes dois dias passaram, mas passaram... a correr... a correr.
Manhã e tarde cheias de afazeres bons em companhia especial, claro, por isso o tempo corre.
(Confesso apenas que fui para a praia carregada de testes para ver e quase consegui dar conta - um pecado incontornável: ao sol, a ver o mar, caneta vermelha na mão). Mais outro dia magnífico... melhor que muitos de Verão.
Para lá, para cá... sempre boa música a acompanhar.

Gostei desta...
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E assim acabou o fim-de-semana.

Não devia... não devia...
Não apetecia... não apetecia...
Não queria... não queria...

sábado, outubro 20, 2007

O sol dos Alpes suiços...

... foi-me trazido em mãos, captado do céu.
Três dias. O tempo tem de ser sempre bebido com calma.
Depois vive-se de recordação até ao próximo nascer-do-sol.
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E hoje... praia, praia, praia... parecia um dia de Verão.
Amanhã? Outra vez.

Que a Suiça é bonita, sim... mas já faz frio e falta-lhe esta coisa boa que são umas lulinhas, uns camarões, uma caipirinha extra-doce à beira-mar.

(Não sei qual dos dois vai ter mais saudades...)

sexta-feira, outubro 19, 2007

East of the sun...

SL, há já bastante tempo. Encontro com uma "jovem" novaiorquina da minha idade. Produtora de vídeo. Piano na sua formação pessoal. Desde menina, ideia dos pais. Hoje agradece. É o seu refúgio. O meu a poesia. O canto. A composição. Teias.
Um sonho antigo, cantar acompanhada ao piano. Cantar coisas que não são as minhas. Cantar jazz, blues, clássicos... Um sonho antigo. Um sonho quase da minha idade.
Em Setembro acontece. Várias tentativas. Piano americano, voz portuguesa. Misturar continentes aqui no meu PC. As tecnologias são isto:
imagine there's no countries...
Nunca mais houve tempo aqui para continuar. Para aperfeiçoar.
Do outro lado do Atlântico o mesmo. A vida arrasta-nos por muitos caminhos.


Guardei a última versão. (Está prometida entre nós uma versão mais cuidada, menos artesanal). Um dia... um dia... um dia...
Por agora apenas isto. Simples, sim. Sei. Imperfeito.
Mas devia ser sempre possível dar um bocadinho de voz a um sonho ou outro.
Alento para continuar a sonhar com a voz completa.


Há perguntas e perguntas...



Nesta turma é assim.
Laços bem tecidos de mais de um ano permitem-nos reflectir em conjunto sobre as questões mais inesperadas. Aparentemente nem seriam conversas para ter com alunos. Mas são. E fazem-nos bem. E ajudam a perceber melhor os quês, os porquês, as razões da exigência, a necessidade que temos dela.

Meninos, sabem que há assim umas perguntas tontas que se podem fazer sobre o perímetro do círculo, perguntinhas de nada que nem dá para ver se perceberam bem ou não esta coisa do pi, do perímetro do círculo...
Quais?
Aquelas do tipo: calcula o perímetro de um círculo com tal de diâmetro.
É fácil: é só multiplicar por pi (já todos sabem)
Pois, mas isso não quer dizer que se tenha percebido bem. Basta só decorar e pronto. São perguntinhas tontas porque as respostas vão ser todas iguais. Mas eu quero mais para vocês. Quero que me provem que entenderam e, se não tiverem entendido, eu tento de novo. Claro que no teste vão aparecer algumas perguntinhas tontas dessas, mas as melhores perguntas serão as que vos levem a pensar e vos obriguem a explicar o porquê matemático de qualquer coisa, ou a ter de provar uma escolha. Ah! E já sabem... Um destes dias lá terão umas perguntitas surpresa para eu ver se isto anda a correr bem...

Temos trabalhado nessa perspectiva, e procurado exercícios e problemas que não são fáceis.
.

E peço que me vão explicando o que aprenderam até agora, detectando aqueles que mesmo com métodos activos e investigação só "fixaram" a coisa de multiplicar o pi pelo diâmetro.

Antes de ontem, um mini-teste surpresa com apenas uma pergunta (retirada de uma prova de aferição): dou-lhes três círculos de diâmetro diferente, um rectângulo e peço que, através de medições, cálculos e explicações me digam qual dos círculos escolheriam para ser a base do cilindro numa planificação deste sólido (sendo o rectângulo a planificação da superfície lateral).
É o "meu" primeiro grande teste. Aquele em que percebo se cheguei verdadeiramente até eles numa questão que só aparentemente parece simples. Confesso uma certa ansiedade quando pego no trabalho que fizeram. Este ano, as expectativas foram excedidas por um lado, com alunos a surpreender, mas ainda não me sinto satisfeita. Em 26 alunos, cerca de 7 apresentam um trabalho deficiente ou muito incompleto (curiosamente alguns deles são alunos que têm habitualmente resultados bastante satisfatórios). Mesmo com explicações menos completas, ou a merecer ajuste e correcção, mesmo com erros de cálculo (ai o que eu me zango com eles! Fazem o mais difícil e depois as contas... eles percebem a minha zanga...) apareceram muitas respostas bem organizadas e reveladoras do entendimento da questão essencial. Não foi nada mau, claro, mas temos de trabalhar depois as questões da organização das nossas explicações com recurso aos símbolos, aos esquemas, às palavras e frases com sentido, prestando especial atenção a quem revelou não ter entendido na essência o que se pretendia.

Vou devagarinho sempre. Com muita exigência, mas sem acelerações desnecessárias. Não os quero perder e os inícios são decisivos. O 6º ano representa um salto grande na exigência dos conteúdos/conceitos. E pelo caminho eles aprendem muito mais do que apenas as questões relacionadas com o perímetro do círculo. Mais tarde recuperarei o tempo investido. A ideia não é fazê-los aprender?












quinta-feira, outubro 18, 2007

Journal of Educational Technology & Society







Journal of
Educational Technology & Society

A informação sobre a existência desta publicação foi dada na primeira sessão do Seminário 1 (2º ano do mestrado)... fui procurar e já encontrei por lá muita informação interessante. Pensava que apenas os abstracts seriam disponibilizados mas... ali estão eles, os artigos completos para nosso deleite e satisfação! :) (Pelo menos nas buscas que já fiz).

Partilho. Pode dar jeito...

Ando a tecer em teia também minha: é vizinha não alheia

Gota a gota (ou a fábula do colibri). Que problema queremos resolver?

Não, o trabalho não acabou. Primeiro esboço do plano de dissertação enviado.
Agora há ali umas quantas turmas de testes para ver. E uma casa abandonada como jardim sem rega. (Ai as floreiras! Lembrei-me agora.)

Não queiram saber de mim (hoje)... só alguns bocadinhos muito de vez em quando. Quando me concentro, não me recomendo. O mundo à volta desaparece.
Dancem vocês. Eu olho.

Tristeza? Não, claro.
Nostálgica. Gosto. Preciso. Inspira-me.
Recolhimento, sim.
A música embala, isola do mundo e ajuda a focar o espírito. Todo o dia na companhia da melhor. (Esqueci-me de ligar o telemóvel... havia algures alguma preocupação.)

O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.

F Pessoa

Não queiras saber de mim... (Hoje)

Um dia...

As fontes, uma das canções-poema no mp3... companhia na viagem de combóio ontem tarde na noite. Ela a ervilha-de-cheiro dos dias, quando o cansaço pesa em cada célula. Ela o melhor nascer do sol. O melhor alento para renovar o entusiasmo. Ela o lar. Ela o banho quente. Ela a coisa tão cheia de nada e de tudo que mata uma fome diferente. A fome que temos tempo de ter se não temos outra fome qualquer. Ela a comunhão com o mundo. Ela a dor, a alegria. Ela que não sabe já viver sem mim. Nem eu sem ela. Ela presa aos minutos que fabricam os meus dias. Peço-lhe ajuda para renascer, sempre que preciso. Sempre que não preciso. A mais leal e desinteressada companhia. História de amor. Abraço que quero pedir e não peço. Mão dada quando acorda a ausência de mão. Adivinha esse espaço em branco mesmo se não lho mostrar. Eu e ela. A única coisa certa. Tudo o mais pode chegar e partir.Tudo o mais acaba por ser um quase silêncio com a voz dela no meio.
Por isso a respiro e partilho.
Por isso me atrevo, às vezes, a prendê-la ao papel com palavras, quando me não chega lê-la.
Por isso. Apenas por isso.
E porque hoje o peso das infinitas tarefas do dia chamou, ao acordar, pela leveza dela.
.
Pronta para escalar as horas.
.
Adio o voo:
um dia...

As Fontes

Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser vivo e total,
À agitação do mundo irreal,
E calma subirei até às fontes.

Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor.

Irei beber a luz e o amanhecer
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.


Sophia de Mello Breyner Andressen
.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Eureka! Descobri!

Afinal as razões para eu estar a leccionar tanta coisa ao mesmo tempo, que até a teia fica (em)aranhada de tanto testemunho cruzado, tem uma explicação!

Como eu gosto de escrever, partilho poesia e histórias com os alunos, canto umas coisas, toco um bocadinho de viola, falo, leio e escrevo inglês (francês também), ainda há uns dias usei uma ficha para reflectirmos sobre a história da alimentação através dos tempos e outra para nos divertirmos a perceber como foi que a Geometria surgiu no passado, pinto umas coisas nos tempos livres (quer dizer, pintava, quando a palavra livre se conseguia juntar à palavra tempo)... devo estar a ser "cobaia" do Ministério da Educação para aquela ideia do professor generalista! (Melhor, devo ser um embrião em desenvolvimento...)


Talvez este ano seja assim uma espécie de curso intensivo e camuflado de formação a ver se me aguento (com mais uma tesesita em edutic para completar as competências)... Ai o que vos aguarda se chegar a vossa vez! (É por isso que eu tenho uma admiração imensa pelos professores do primeiro ciclo e continuo a escrever-me com a minha doce primeira professora. Gente especial e de coragem.)

Eu cá, estarei em vantagem se a coisa acontecer de vez no 2º ciclo (e olhem que em educação, pelo caminho em que estamos, as "coisas" e as leis acontecem muito inesperadamente, mesmo sem sabermos como nem porquê).

... será caso para dizer... obrigada?


(Vá... dêem-me um desconto... aulas de manhã... de abalada para a Faculdade... às 10 e tal da noite estarei em casa... diz que é uma espécie de vida...

... esta vida de "marinheiro", está a dar cabo de mim... raparaparaparaparaparapara :)

terça-feira, outubro 16, 2007

Apetecia-me algo...

Mas tem de ser algo diferente.
Um intervalo de ar, de azul de frescura só para respirar um pouco antes do dia que se segue.
Isso: uma canção, um poema.
A ver se adormeço embalada...
(este fado meu... navegar a vida assim tão intensamente...)




De tarde, no campo, nenhum pássaro cantou;
e só neste fim de dia um vento traz o assobio
da primavera melancólica: despedidas,
imagens breves, nenhuma inspiração. O sopro nocturno,
porém, anuncia um reflexo de espelho no fundo
do corredor. A voz surge de um dos quartos
em que a ausência se perde. Um baço
murmúrio se aproxima do gemido que evoca
o mar - sem que a onda se decida, quebrando
o som agonizante. Então, abro a porta
e chamo-te; sabendo que só a noite me responderá.


Nuno Júdice
in «Poesia Reunida 1967 -2000»

segunda-feira, outubro 15, 2007

Tecnologias Educativas - a Investigação à mão...


Já vos falei do ISTE há tempos.

Mas agora o Prof. Fernando Costa da FPCE chamou-me a atenção para um projecto desta sociedade (CARET - Center for Applied Research in Educational Technology) que pode fornecer pistas úteis e alguns recursos interessantes.

CARET is a project of the International Society for Technology in Education in partnership with Educational Support Systems. CARET was founded in 2000 with a grant from the Bill & Melinda Gates Foundation.

CARET bridges education technology research to practice by offering research-based answers to critical questions.

domingo, outubro 14, 2007

Adenda à entrada de ontem: ainda o mar...

Mas, desta vez, são elas a ver o mar.
Elas... Xaile.

Uma
sugestão de jmm em comentário.

Curiosa como sou, fui ver. Fui ouvir. E gostei.

E partilho. A música portuguesa recomenda-se.
Amadurece. Cresce. Vai-se tornando o centro.
Assim sim.


The missing piece... YOURSELF?




www.vladstudio.com/

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Ainda assim... :)

sábado, outubro 13, 2007

A ver o mar...

... trabalha-se melhor.


Fui até ao Meco - Praia do Moinho de Baixo.
Bar do Peixe... temperatura morna, boa música... som de mar. Recomendo.
Sozinha por lá com livros e papéis, muitas ideias, inspiração no ponto.
De regresso para continuar aqui a tecer digitalmente os escritos, preparando o plano de trabalho-mini da tese, a apresentar na "próxima" aula do Seminário 1.
TPC, pois.

De manhã, um abatanado descafeinado misturou o aroma de café com o da maresia. Perfeito. À hora de almoço, uma sopinha de legumes e um sumo de laranja fortaleceram o corpo e aclararam o espírito.



Estou pronta para o trabalho da tarde!

sexta-feira, outubro 12, 2007

Diferentes?

Primeiro chegar ao coração. Já consegui.
Carinho, sim, muito.
Não esquecer de, aos poucos, mostrar os limites, controlar as birras com firmeza. Exigência, no respeito pelos ritmos.
Dedicação, atenção, cuidado.

Falo do meu menino autista?
Não. Falo de todos.
Há, nas diferenças de que é feita uma aula sempre cheia de crianças especiais, traços comuns que devem cruzar os caminhos. Não os perco de vista.
Por isso, sempre que possível, as actividades são pensadas para que partilhem algo. Só quando é absolutamente indispensável a distância surge.
Sem saber muito bem o que esperar, hoje sugeri a mesma actividade a todos.
Com calma expliquei. A todos mostrei.
Ao M. mostrei bem pertinho. Acompanhei sem abafar.
Para surpresa de todos, avançou sem hesitação. Sem recusa. Gostou do que lhe foi proposto. Primeiro recortando sem muita precisão, no fim demonstrando uma perícia que, percebi, espantou os colegas que tão bem o conhecem. Partilhei as suas conquistas. A turma com carinho celebra. Reforça.
A C., lá de longe, sopra-lhe um beijinho. Ele ri.

Mãe, mãe! (é assim que me chama) Outro! Sim, M., vamos já fazer outro. Pode ser este? Sim. E como se chama? Pirâmide. Pirâmide quê? Mãe, quadrangular... Boa! Pinta primeiro. Agora vais ser tu a colar. Não Mãe tu, faz tu. Puxa-me o braço. Não. Vais ser tu a fazer. Vê, é assim.
Fez.








Há dias em que sentimos o mundo na mão.
O M., na aula de estudo acompanhado de ontem, descobriu o afia do colega do lado e percebeu a semelhança com o livro de onde fazia um registo escolhido por si. Gosta de dizer os nomes dos países. Sabe onde ficam. Gosta de os traduzir para inglês.
Não sei se é ele que tem o mundo na mão, se sou eu, por vê-lo a crescer assim à minha beira. Por vê-lo confiar, aos poucos entregar-se, deixar-se embalar no carinho, aceitando as regras necessárias.
.
Terminámos os últimos minutos da aula de hoje, enquanto limpávamos as mesas, cantando a canção os números e começando a aprender o rock da matemática. O M. ri com gosto, canta feliz com a turma. No início do ano, ao pedir informações, foi-me dito: o M. não sabe cantar.


Recordo um poema que escrevi há muitos anos, da primeira vez que trabalhei com crianças um pouquinho mais diferentes. Na altura quatro meninos da APPACDM numa turma. Nunca esquecerei o tanto que me ensinaram sobre a vida, sobre a palavra conquista.
Hoje apeteceu-me deixar aqui esse poema. Perceberão porquê.
Por entre o cansaço de uma semana que não foi fácil (como não serão as vindouras), há em mim uma paz com sabor a açúcar que me dá a força necessária para passar o fim-de-semana a trabalhar.
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Obrigada, M., pelas lições de alegria e empenho que me vais dando.
De repente, tudo parece possível.

.
Diferentes?

São iguais os passarinhos?
Tu és diferente de mim
e eu de ti sou diferente,
Por isso te ofereço o que é meu
aprendo com o que é teu
e assim cresce toda a gente.

Mas as carícias, os risos,
as lágrimas, os beijinhos,
que usamos se são precisos,
sentir frio ou calor,
o bater do coração,
alegria, medo ou dor,
são coisas que partilhamos
e têm o mesmo sabor.

É como as avezinhas,
cada qual com sua cor,
cada qual com seu cantar.
Primeiro é sempre um ovinho,
todas precisam dum ninho
até aprender a voar.

(…e os voos ao nosso alcance,
seja qual for a distância,
são sempre de festejar!)

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quinta-feira, outubro 11, 2007

Às "voltas" com o pi

Entusiasmados investigam...
Imagino as casas reviradas em busca de objectos cilíndricos para medir... diâmetro... perímetro da base... anotar e construir uma tabela.

Na aula, colocar os valores da investigação lado a lado e ficar com os olhos atentos... Mais de metade estabelece uma teoria (por escrito, num papelinho que entreguei): o perímetro do círculo é assim mais ou menos o triplo do diâmetro.

E dali ao pi... um instantinho.

Mas antes... antes... enquanto os alunos trabalhavam nas planificações do cilindro, havia pais desejando ajudar, docemente, durante as medições da investigação, durante a realização dos TPC... antes mesmo que eu tivesse a oportunidade de avançar.
Ri-me com a T. por conta disso. Ela ia contando o que o pai havia dito e feito, brinquei com ela e outros na mesma situação, fingindo que chorava sniff sniff (os pais são uns queridos e depois eu não consigo que aqui seja novidade:)

Sugeri que escrevesse uma história para colocar no blogue da turma. Exactamente contando o que se havia passado. Ela gosta de escrever...

Já lá está a história...

Entretanto, coloquei também no blogue algumas ligações a páginas com informação sobre o "pi", para que mais facilmente possam fazer pequenas investigações sobre a sua história.

Deixo aqui... o que coloquei lá!


Pesquisa: História do "pi"


Algumas fontes possíveis:

Internet



http://pt.wikipedia.org/wiki/Pi

http://joanario.no.sapo.pt/pi.htm#inicio

http://joanario.no.sapo.pt/pi.htm#tabela

http://moodle.apvm.net/mod/forum/discuss.php?d=1588

http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm17/pi.htm
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2001/icm34/historia.htm
http://planeta.terra.com.br/educacao/Astronomia/pi.htm

http://www.alunos.utad.pt/~al12940/Pi.htm

http://pubol.ipbeja.pt/Artigos/NumeroPi/Pi.htm

...

quarta-feira, outubro 10, 2007

O primeiro dia...

Levantar às 5 (é assim que o dia fica maior... mas que algum cansaçozito se acumula)

Aulas toda a manhã (ai os pequerruchos! Gosto...)

Ala para a Faculdade (tenho de apanhar a secretaria aberta)

Tarde toda por lá sentadinha a estudar, a ler (recordar os tempos passados, aquele cheiro de coisa académica)

Finalmente a primeira "aula" - seminário (correspondeu completamente às expectativas)

Pelo menos quatro colegas aqui da margem sul (amigos comuns, uma companhia para o regresso na noite, metro e combóio, bem bom)

Num fim da sessão, uma colega pergunta: tu tens um blogue? Sim. É a teia? Sim! (o mundo é docemente pequenino e, pela segunda vez "naquela" casa... senti-me... "em casa".)

Chegar a casa escrever umas linhas (comer, tratar de quem sente a minha falta)

Colocar uma informação prometida no blogue da minha turbêturma (merecem tudo... ai os trabalhos giros que apresentaram hoje!)

Uff. Cair para o lado (espero acertar na cama!)

Será que ainda consigo ler um pedacinho? (Hummm... amanhã também é dia...)

Boa noite!