sábado, janeiro 14, 2006

O Quê Que Quem...

Eugénio Roda e Gémeo Luís apresentaram o livro

O Quê Que Quem
NOTAS DE RODAPÉ E DE CORRIMÃO

Who's Who & What's What
FOOTNOTES & GRACE NOTES

na nossa escola, antes do Natal.

Entre muitas outras, escolheram as palavras que se seguem para nos falar dele:

É um livro para ler, reler, conversar, desconversar em voz alta, em voz baixa, em voz interior. É um texto marcado pela oralidade pelo prazer de lembrar, contar e inventar histórias. Histórias sobre e com a família. Parte da ideia de um dicionário que levanta questões em vez de as resolver. Num jogo divertido de palavras que convidam à sua substituição pelas do leitor.
É um livro que, não sendo de bolso, nos quer acompanhar para todo o lado e que nos pede para ser deixado por aí, pelo sofá, pela cozinha, pelo carro para ser reencontrado nos momentos mais inesperados.
É um daqueles presentes com que o Pai-Natal anda desejoso de aparecer em qualquer altura do ano.

Aqui fica um pouco do que podemos encontrar no interior:

Mãe é quem anda sempre a semear flores por onde passa.
Semear é dar o que queremos receber.
Querer é obrigar os desejos a fazer ginástica.


O QUÊ QUE QUEM-NOTAS DE RODAPÉ E DE CORRIMÃO
GÉMEO LUÍS (ILUSTRAÇÃO)
EUGÉNIO RODA (TEXTO)
EDIÇÃO BILINGUE (PORTUGUÊS/INGLÊS)
TRADUÇÃO DE ANA SALDANHA
EDIÇÕES ÉTEROGÉMEAS, 2005
COLECÇÃO PANORAMA IRREQUIETO


Pode ser encomendado através da FNAC, ou directamente à editora. Contacto: luismendonca@netcabo.pt

Gémeo Luís e Eugénio Roda são respectivamente pseudónimos de Luís Mendonça e Emílio Remelhe, ambos docentes na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.




Foi uma tarde e noite de festa, de partilha, de encontro, de risos e sorrisos.
Nós achamos que eles gostaram das surpresas preparadas pelo 6ºA, dos mimos e das perguntas de quem os apanhou ali à mão de semear e queria saber, afinal, o que está por detrás dos ofícios de escritor e ilustrador...
Fomos igualmente mimados pela presença, pela janela aberta, pelas prendas que nos deixaram, de todas as formas e cores.

Prenda é o que desenha um sorriso na alma de quem recebe.



Obrigada

(Para ficar a saber mais, ler a entrevista que divulgo no comentário)

2 comentários:

Teresa Martinho Marques disse...

Para ficarem a conhecer melhor autor e ilustrador, deixo aqui:
O PRIMEIRO DE JANEIRO
23 de Agosto de 2005
Literatura infantil no centro da conversa com Luís Mendonça e Emílio Remelhe
“Pensamos o livro ao contrário”A literatura infantil é o elo de ligação entre o escritor Emílio Remelhe e o ilustrador Luís Mendonça. Na ilustração Luís utiliza o pseudónimo de Gémeo Luís, já Eugénio Roda é um dos pseudónimos pelo qual Emílio é conhecido na escrita. «O Piano de Cauda» e «O Quê Que Quem – Notas de Rodapé e de Corrimão» são os títulos das suas mais recentes publicações enquanto parceiros de criação, lançados pelas Edições Eterogémeas. Para ambos, o livro tem de “ser grande, tem de ter liberdade, sugestões, pistas e a possibilidade de ser revisitado em várias idades”. Goreti TeixeiraComo é que as histórias infantis e a ilustração evoluíram desde a altura em que começaram a trabalhar?Luís – Evoluiu imenso, apareceram muitos e bons ilustradores. De ano para ano tem havido um aumento de produção de livros. O álbum vem adquirindo uma atenção e um prestígio que têm atraído ilustradores, escritores, leitores, coleccionadores. É claro que a quantidade só traz vantagens para despertar mecanismos e consciências, mas era importante alimentar a qualidade em detrimento da quantidade.Uma vez perguntaram ao Emílio se as ilustrações eram para crianças. Respondeu que sim, “mas para crianças que tenham filhos ou não”. Para que uma criança se interesse pelo livro é fundamental o papel dos pais nessa escolha? Emílio – À partida, nos nossos livros preocupamo-nos com a relação que se estabelece entre pais e filhos. Aliás, é mais uma ocupação do que uma preocupação. Estou a pensar na pluralidade desta relação de descoberta mútua, sem moralismos nem pretensas pedagogias. Podemos pensar mais em ‘modos’ do que em ‘modelos’. A mediação dos pais é abrangente, mas relativa. O pouco tempo que os pais passam com os filhos pode ser diminuto, mas bem aproveitado. O importante é lidar com o livro não como ‘objecto’, mas justamente como ‘meio’ da relação entre graúdos e miúdos. Há livros que entusiasmam mais os pais do que os filhos. Tanto eu como o Luís, compramos livros infantis para nós próprios, mas não os impingimos aos nossos filhos. O importante é que esses livros façam parte de um conjunto de coisas que constroem aquilo em que acreditamos.Luís – Nós temos uma determinada realidade. O feedback que tenho é específico, ou seja, vem do meu grupo social, das pessoas com quem convivo e da família. A esse nível sinto que, de uma forma geral, todos os pais preocupam-se muito mais com aquilo que os filhos mexem, brincam e lêem. Quando fala em ideia de estratégia, o facto de comprarem livros para vocês é também uma maneira de ver o que é que a “concorrência” escreve?Luís – Antes de mais é pelo prazer de os ter. Visitar e revisitar, conviver com ficções, estruturas, sensações, perspectivas… conhecer formas diferentes de ilustrar textos que já conhecemos como, por exemplo, as histórias clássicas. Um amigo também apaixonado por livros diz muitas vezes que o livro é como um múltiplo, talvez, um dos produtos artísticos mais acessíveis. Ou seja, numa perspectiva de ter um objecto de determinada edição, de determinada época e de determinado período. No meu caso, tenho umas centenas largas de livros e muitas vezes procuro uma edição, numa lógica de um objecto que fica, que às vezes tem uma dedicatória ou uma assinatura. Não é uma forma de vigiar o que os outros fazem, mas de constituir referências.Emílio – A ideia antes de mais é de que o livro é para todos. Não confundir preocupação com ideia de consumismo, porque é uma forma de alimentar a nossa sensibilidade e esforço. A entrada dos adultos nos livros infantis não é para mediar ou serem ‘veículos para’. Poderá ser uma vigilância, mas sobre nós próprios, sobre o nosso conhecimento. Eles também são destinatários tão importantes como as crianças.Como é que vêem o facto de se pegar em clássicos e apresentá-los em versões infantis?Luís – Não posso deixar de oferecer esse universo às minhas filhas mas não prescindo de procurar autores do presente. As nossas gerações têm a obrigação de subsidiar/investir/arriscar numa “história” para amanhã... Dava-me grande satisfação que para além de escritores maduros e incontornáveis como Alice Vieira, João Pedro Mésseder, Luísa Dacosta, Ana Saldanha, António Pina, Álvaro Magalhães, Sousa Braga, António Torrado… houvesse uma aposta das editoras em novos valores como acontece já na área da ilustração.Há uma dezena de anos também os ilustradores se contavam pelos dedos das mãos. Hoje há imensos conhecidos dentro e fora do país. E isso só reforça o valor dos que já tinham valor.Emílio –Temos uma série de expectativas – nomeadamente no que concerne aos clássicos – muitas delas relacionadas com educação, ensino… que estigmatizam textos retirando-lhes o que eles têm de precioso: a literatura. No entanto, cada projecto é um projecto. Só assim se pode ajuizar sobre a sua pertinência, importância ou qualidade.Enquanto escritor, o Emílio não se sente um pouco “ultrajado” quando, por exemplo, vê os livros da Madonna atingirem uma visibilidade que se calhar não tem tanto a ver com a qualidade da sua escrita, mas sim porque é uma cantora famosa?Emílio – Na verdade não me sinto nada preocupado, nem por dentro, nem por fora, com essa questão. Escrevo porque me dá prazer escrever. Porque há uma série de condições que faz com que aquilo que vai aparecendo no papel acabe por ter algum efeito consonante com os meus desejos. Cada um tem os seus paradigmas. Se estivesse na pele de uma pessoa que tem outro tipo de responsabilidades, nomeadamente na de editor, veria essa questão numa perspectiva completamente diferente. Agora, estou a pensar no assunto, apenas porque o referiu.Luís – Ela escreveu, mas se tivesse também ilustrado se calhar o sucesso das vendas era ainda maior. Gostava de ver toda esta azáfama de editoras, de comunicação social, de livreiros investida na promoção, na divulgação, na importação e exportação do que já se faz de muito bom cá dentro e lá fora independentemente de se prever uma aceitação imediata desses produtos.A grande diversidade permite um maior leque de escolhas?Luís - Mesmo com as minhas filhas não sou eu e a Paula quem decide tudo o que elas lêem. Quando vamos à livraria, por exemplo, decidimos que um livro era escolhido por elas, o outro por nós. Será só mais tarde que se verá o resultado desta forma de interagir com elas.Emílio – Essa é também uma questão de proporção. Escolher pressupõe discernir e a abundância de matéria de decisão é imprescindível. Mais do que separar o bom do mau, importa que a diversidade ofereça as hipóteses de errar e de encontrar caminhos. É uma consciência que desenvolvemos, embora seja desejável aprender muito pela positiva e pouco pela negativa.No caso do Emílio, como é que vão surgindo as ideias para uma história?Emílio – Além de escritor também sou pintor. Para mim a ideia de usar palavras é algo que já estava muito associado à minha pintura e que sempre fui trabalhando. E que palavras são essas? São sempre palavras que estiveram associadas a imagens e muitas vezes falam daquilo que são sensações visuais. De coisas que aconteceram de outra maneira e que, em termos académicos, chamamos de sinestesia. A ideia de que se pode escrever sobre determinadas questões que têm a ver com o nosso paladar, com o nosso cheiro ou com o sentido visual. As minhas sensações vêm muito desse acontecimento sobre o qual ficciono. Posso escrever sobre algo que tem a ver com um acontecimento que por acidente ocorre no ambiente doméstico. Tenho três filhos, conto-lhes histórias e, neste momento, são eles que me contam mais a mim. As minhas condições para a escrita não têm nada a ver com a forma académica ou física de dedicar determinadas horas do dia a escrever. Uma página pode demorar uns minutos, uma frase horas ou dias. Não por capricho, mas pelas especificidades que se quer perseguir. Não falo nesse sentido, mas sim das condições que eu próprio reúno e que são o meu prazer em escrever, a interacção com o dia-a-dia e a motivação. Nos projectos com o Luís, por exemplo, existe uma série de empatias e sinergias que motivam o continuar a escrever. Desenvolvo aspectos e modos diferentes com a ajuda de heterónimos. A escrita para a infância é assinada por Eugénio Roda. Às vezes as histórias têm, como n’«O Piano de Cauda», um texto mais longo, onde multiplico os jogos de linguagem. Outras vezes, sintetizo ideias em aforismos, que podem contar histórias dentro de outras histórias, convidando o leitor a contar as suas. Luís –Fazemos juntos os livros, provavelmente, de uma forma pouco convencional. Quando fazemos um livro pensamos ao contrário. Damos connosco a repensar coisas como: que um livro não é só para ser lido na biblioteca ou na mesa, que a sua leitura pode ser interrompida, que pode ser usado por alguém que ainda não sabe ler, que deve ter a capacidade de surpreender um adulto, que pode ser ponto de partida para outras conversas e leituras. Por exemplo, deste último livro, «O Quê Que Quem – Notas de Rodapé e de Corrimão”, um dicionário poético da família, temos recebido comentários que vêm confirmar as nossas expectativas: alguém me dizia, por exemplo, que ofereceu um a cada neto para cada um deles imaginar a história da família… para brincarem todos juntos sobre o assunto. Outra pessoa, que dizia não ter filhos, escrevia-me agradada com o que esta frase representava para ela: “Tia é quem nos leva de viagem e nos deixa espreitar pela janela”. ---------------------------------------------Parceria natural e não linearLivro como objecto não arbitrárioPeripécias, conversas e discussões envolvem todo o processo de criação da dupla Luís e Emílio. As ideias não se divorciam do quotidiano e a qualidade é um dos objectivos pretendidos por ambos.Enquanto parceiros de trabalho, como é que se desenvolve o vosso processo de criação?Emílio – É uma actividade essencialmente dialogante, motivada por ideias diferentes, mas com muito em comum. Cada livro parte da experiência do que já está feito. Aquilo que nos motiva é uma série de questões que vêm recuperar sempre o mesmo princípio: uma paixão pelo objecto. Não existe um carácter de encomenda, mas são trabalhos que se desenvolvem a partir de ideias que vamos discutindo no quotidiano, que vão sendo fio da meada para um tecido que transcende os próprios livros. Falar de literatura ou ilustração para a infância está muito para além do falar de crianças. Agrada-me pensar que o primeiro destinatário do livro possa e deva ser um adulto.Luís – Essencialmente queremos que o livro resulte numa peça bonita e de qualidade. Sem pressas, queremos ter nas mãos produtos compatíveis com a nossa atitude geral enquanto professores, pais, autores, cúmplices e amigos. Ficamos satisfeitos quando sentimos ter eliminado a arbitrariedade. Os livros que fazemos estão carregados de peripécias, conversas e discussões. Temos, como o Emílio costuma dizer, uma “amizade de murro na mesa”. Já têm outros projectos pensados?Emílio – Felizmente adquirimos um ritmo que não tem nada a ver com a ideia do produto, mas com a necessidade criada de termos sempre matéria para outros trabalhos. Luís – Acabámos agora um livro para editar em Espanha, «ABêcê de las historias». Está um outro quase pronto para a colecção Panorama Irrequieto em português e castelhano, «Dicionário de Secretos de Padres Y de Madres».Quando estiveram na Feira do Livro, onde se debateu a ilustração para a infância, referiram que hoje as crianças já não acham tão fascinante o universo do Bambi, mas sim o dos Pokémon... Luís – As pequenas diferenças de idades das crianças aí são muito sensíveis no universo desses filmes da Disney existe uma estrutura demasiado regular, onde os bons e os maus estão perfeitamente detectáveis na história. As soluções já não são próximas da nossa realidade, baseiam-se numa estrutura demasiado previsível e controlada, no sentido de satisfazer um determinado público. É uma estrutura pseudo-atraente para os pais, porque está tudo controlado. Os Pokémon são outra versão do mesmo controlo. Mais agressiva e até nociva, a acreditar em dados divulgados sobre efeitos dos filmes nos pequenos espectadores. Era importante que certas ofertas não tomassem o lugar de outras que também não existem porque não se rompe o círculo vicioso.

Anónimo disse...

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